quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Poema

Vou falar para vocês de uma pessoa especial
Uma mulher batalhadora, guerreira, nada mal
Ela é elegante, humilde e bonita
Sua voz é doce como a cana-de-açúcar
Vou deixar de enrolar, já vou falar
O nome dela é muito bonito
Que quando falo, dou um espirro
Mas não é nada pessoal
É porque a danada da tosse me pegou de novo
Estou aqui de novo tossindo e rindo
Trazendo alegria para todo mundo
Sem querer ser babão
Nem quero ganhar alta pontuação
Apenas é para homenagear
Uma pessoa que aqui está
Já descobriram? Não? Então vou falar
O nome dela é bacana
Me orgulho de  falar
Simone Pereira que aqui está
Uma salva de palmas para HOMENAGEAR.





Poema do aluno Rafael Ravi.


 








































sábado, 23 de junho de 2012

O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio

Fernando Pessoa por Alberto Caeiro


As sete maravilhas de cada mundo 
Tenho uma amiga chamada Azaléia, que simplesmente gosta de viver. Viver sem adjetivos. É muito doente de corpo, mas seus risos são claros e constantes. Sua vida é difícil, mas é sua.
Um dia desses me disse que cada pessoa tinha em seu mundo sete maravilhas. Quais? Dependia da pessoa.
Ela então resolveu classificar as sete maravilhas de seu mundo.
Primeira: ter nascido. Ter nascido é um dom, existir, digo eu, é um milagre.
Segunda: seus cinco sentidos que incluem em forte dose o sexto. Com eles ela toca e sente e ouve e se comunica e tem prazer e experimenta a dor.
Terceira: sua capacidade de amar. Através dessa capacidade,
menos comum do que se pensa, ela está sempre repleta de amor por alguns e por muitos, o que lhe alarga o peito.
Quarta: sua intuição. A intuição alcança-lhe o que o raciocínio não toca e que os sentidos não percebem.
Quinta: sua inteligência. Considera-se uma privilegiada por entender. Seu raciocínio é agudo e eficaz.
Sexta: a harmonia. Conseguiu-a através de seus esforços, e realmente ela é toda harmoniosa, em relação ao mundo em geral, e a seu próprio mundo.
Sétima: a morte. Ela crê, teosoficamente, que depois da morte a alma se ancarna em outro corpo, e tudo começa de novo, com a alegria das sete maravilhas renovadas.

Clarice Lispector


Esse coração

Àa vezes, como agora
ouço bater-me o coração.
Mas em geral
nem lhe presto atenção.

Passo semanas, anos
sem me dar conta
como se essa fosse
dele a profissão.

Lateja independente de mim
meu coração
vivo tão longe dele
ele
pulsando lá por sua conta
eu seguindo minha vida
exceto
é claro
quando desencadeia-se
o amor-paixão.
Aí eu-sou-ele
ele-sou-eu
no mesmo desespero
e glorificação.

Affonso Romano de Sant'Anna




terça-feira, 24 de abril de 2012

Aprender a amar

No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos
prejudica, mas sim a maneira como procedemos
depois de as ter cometido.
(Nome do autor da frase ilegível (N. da revisora).

Amar e ser amado é, sem dúvida, o maior desejo do ser humano e, por isso mesmo, a maior causa de suas frustrações e também de suas satisfações.
Muitas pessoas reclamam de seu destino por não ter sido contempladas com um grande e definitivo amor. Mas a realidade é que um grande amor é fruto de sua maneira de existir.
Amar, jogar xadrez, cozinhar, andar de bicicleta, qualquer processo de aprendizagem tem três fases: a primeira é a da falta de consciência. Realizamos uma ação pelo prazer de realizá-la, sem nos importar com o nosso aprimoramento. Começamos pensando que já sabemos muito. No caso do amor, acreditamos que já amamos bastante, que já nos entregamos. Nem bem começamos e já nos consideramos mestres no amor. E, quanto mais alguém pensa que já sabe amar, mais se torna patente que não conhece muito sobre o amor.
A segunda é a fase do esforço consciente, da aprendizagem propriamente dita, quando descobrimos que não sabemos nada... ou quase nada. Então, traçamos um objetivo e queremos aprender o máximo possível. É a etapa da técnica, do treinamento metódico para atingir um determinado fim. No amor, é necessário desenvolver um treinamento para viver junto com alguém (treinar diálogos sem manipulação, treinar a sinceridade, a confiança, treinar sair para dançar, divertir-se, treinar relações sexuais satisfatórias, treinar estar com os filhos sem ficar pensando no trabalho, em sair ou dar telefonemas etc.).
A terceira fase é a da sabedoria, em que não existe nem o "eu" nem o "tu", mas simplesmente a comunhão. Quando não há homem nem mulher isoladamente, apenas o "nós". É o momento em que o encontro se torna o mais importante. É a etapa que transcende as individualidades, levando-as à plenitude.
O ato de amar só pode ser desenvolvido com disciplina, humildade e coragem. Nós já nascemos sabendo amar, mas desaprendemos essa habilidade e por isso precisamos reaprender do zero, todos os dias, como verdadeiros aprendizes do amor. É como respirar: ninguém precisa aprender a fazer isso. Depois de tantas repressões, os "pulmões" do amor ficam atrofiados. Então precisamos aprender a amar novamente. E, para aprender a amar bem, necessitamos de um trabalho cuidadoso e da consciência de quanto não sabemos amar.
Muitas pessoas agem como se soubessem, perfeitamente, como amar. O que não deixa de ser verdade! Esse tesouro está guardado dentro de cada um de nós, mas para alcançá-lo é preciso, com humildade, unir disciplina e carinho e realizar nossos atos de amor como se conhecêssemos muito pouco deles. Quando precisa desativar uma bomba, mesmo um grande perito em explosivos age com extremo cuidado e precaução, como se nada conhecesse daquele artefato. Ele sabe que um gesto precipitado pode acabar com tudo.
Nós aprendemos a demonstrar afetividade expressando nossas sensações em relação aos nossos pais. Tivemos, como modelo, a maneira como eles manifestavam carinho e amor por nós. E crescemos, muitas vezes, sem nos dar conta de que crescemos e de que a pessoa amada não é mais aquela mamãe nem aquele papai que foram nossos mestres nas primeiras lições afetivas.
Saber amar é estar atualizado com os próprios desejos, com os desejos do parceiro e com a maneira mais adequada e especial de concretizá-los. É estar disposto a ingressar outra vez na escola do amor, sem medo de descobrir que, como dizia o psicanalista inglês R. D. Laing, "o que pensamos é menos do que sabemos; o que sabemos é menos do que amamos; o que amamos é muito menos do que existe; e, nesta concreta extensão, somos muito menos do que somos".

Roberto Shinyashiki









domingo, 8 de abril de 2012

Geometria dos Corpos

A menor distância
entre dois pontos
está na conjunção
de nossos corpos
que se atraem na razão inversa
da razão e do verso...

O verso e a razão
o inverso do reverso
o ponto no coração
o ponto nas tuas mãos
é o ponto na conjunção
é o corpo e a paixão.

(Roberto Capistrano)